domingo, 17 de agosto de 2008

Magé: Terra da Mirindiba, a Índia encantada.

Árvore Mirindia no alto do morro do Bonfim em Magé.

Uma das mais belas lendas de Magé é sobre a Índia Mirindiba. Segundo a história, uma índia Tupinambá (filhos do Pai Supremo), foi encantada pelo Pajé de sua tribo, utilizando seu maracá (instrumento mágico), e transformada numa árvore. Essa árvore, ou índia encantada, ficou fixa no morro do Bonfim no centro de Magé. Sobre os olhares de Coaraci (o Sol), de Jaci (a Lua), e de Tupã (o Deus do raio e da tempestade). A Mirindiba vive acompanhada de Anhangá (o Espírito da Floresta) e de Curupira (protetor dos seres vivos da floresta).

Foto de Ricardo Stuckert.

No alto do Morro do Bonfim, a Índia Mirindiba está protegendo o povo de Magé, contra as injustiças e opressões.

Copa da árvore Mirindiba, com vista para a serra dos Órgãos e a cidade de Magé.

Outra lenda muito interessante Tupinambá, fala que Monã (criador da Terra), mandou Tata (Fogo do Céu), destruir todos os homens maus da Terra. Porém, Monã lhe disse que poupasse o índio Irim Magé e sua tribo, pois eles eram bons. Inrim Magé se tornou um Morubixaba (líder da tribo), repovoou e cultivou a terra junto com sua tribo.

Árvore Miriniba no Morro do Bonfim - Magé

Mirindiba – Lafoensia glyptocarpa, nome científico, é uma árvore da família das litráceas, nativa do Brasil. Caracteriza-se por suas folhas de pequena dimensão e permanentes, formando uma copa de 6m de diâmetro e 10m de altura. Ela floresce de Julho a Setembro, dando origem a flores brancas ou rosas. Frutífera de Agosto a Setembro, formada por cápsulas. A polinização da planta é realizada por morcegos.


Pau Grande – Magé, Terra de Garrincha.

Mané Garrincha com a taça da copa de 58.

Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha ou simplesmente Garrincha, nasceu em 28 de Outubro de 1933, de origem humilde, com quinze irmãos na família, Manuel dos Santos (Garrincha) é natural de Pau Grande, distrito de Magé. O apelido surgiu na infância, em Magé, quando o menino Manuel caçava um passarinho chamado garrincha, ave de cor parda com listras pretas e cauda vermelha. Seu maior divertimento, no entanto era jogar pelada nos campos carecas de Pau Grande. Antes de ser aceito pelo Botafogo em diversos times cariocas, mas os treinadores não acreditavam que aquele menino de pernas tortas podia jogar um bom futebol.

Com catorze anos de idade começou a jogar no Esporte Clube de Pau Grande e seu talento, já manifestado, despertou a atenção de Arati: um ex-jogador do Botafogo. Após uma breve passagem por um time de Petrópolis foi treinar no time da Estrela Solitária, Onde jogou a maior parte do tempo (1953-66) e onde teve seu periodo de maior gloria, mas de grande sofrimento para seus joelhos, vitimas de bordoadas e infiltraçoes.


Garrincha jogando.

Nos clubes, jogou 614 vezes, marcando 245 gols pelo Botafogo. Também atuou pelo Corinthians, Flamengo e o Olaria no Brasil, e pelo Atletico Junior da Colômbia. Sua carreira profissional se prolongou de 1953 a 1972. Jogou sessenta partidas pelo Brasil entre 1955 e 1966. Em todos os seus jogos, participou de apenas uma derrota (de 3 a 1 para a Hungria na Copa de 66). Com Garrincha e Pelé jogando ao mesmo tempo, o Brasil nunca perdeu.
Garrincha e Elza Soares.

Dezenas de mulheres passaram pela vida de Garrincha, mas para apenas uma ele disse “eu te amo”: Elza Soares. Entretanto, quando ela entrou na vida do craque já havia uma outra oficial, uma não-oficial e inúmeras outras “passatempo”. Mas os dois “casamentos” terminariam definitivamente com o aparecimento de Elza. Garrincha conheceu a “Bossa Negra” em novembro de 1961 por causa de um concurso. Totalmente apaixonado, antes de embarcar para o Chile, Garrincha diria para ela: “Eu vou ganhar essa Copa para você”. Na volta da Copa, Garrincha não retornou mais para Pau Grande. Abandonou sua mulher e foi viver com Elza, que teve um filho com Garrincha: Manuel Garrincha dos Santos Júnior. Mas nem o bebê pôde mantê-los juntos. No dia 30 de agosto de 1977, transtornado pela bebida, Garrincha agridiu Elza e ela o abandonou.

Em uma de suas excursões com o Botafogo para a Europa, o ponta deixou uma sueca grávida. Nove meses depois, em 1959, nasceria Ulf Lindberg que nunca conheceria o pai.



Garrincha e suas filhas em Pau Grande, Magé.

Com 12 filhos reconhecidos, Garrincha foi derrotado pelo alcoolismo, faleceu em 20 de janeiro de 1983.

Vencedor da Copa de 58, Mané Garrincha foi essencial ao time brasileiro. Em relato de Willy Meisl, comentarista esportivo, fala do belo futebol jogado por Mané Garrincha sobre a vitória do Brasil sobre a Suíça:

“O Brasil foi só domínio e que foram os mais belos vinte minutos de futebol que já vira nos últimos tempos. Houve momentos que os suecos se sentiram no centro de um redemoinho infernal, inteiramente estonteados por Garrincha... . Garrinhca havia dançado quadrilha com o lateral esquerda da barrigada sueca...” Garrincha na Copa de 58 (Brasil X Suíça).

Homenagens a Garrincha filho de Magé.

Garrincha e Pelé.

1. Balada n° 7, (Mané Garrincha). Musica de Moacyr Franco:

...Hoje outros craques repetem as suas jogadas
Ainda na rede balança o seu ultimo gol
Mas pela vida impedido parou
E para sempre o jogo parou
Suas pernas cansadas correram pro nada
E o time do tempo ganhou...

2. Ciclovia Mané Garrincha.

A ciclovia Mané Garrincha é uma das maiores da cidade, com 14 quilômetros de extensão, ligando a orla de Copacabana até o Museu de Arte Moderna (MAM), no CentroRJ.

3. CIEP Mané Garrincha em Pau Grande - Magé

Fica localizada na rua José Pereira Souza, s/n, Pau Grande – Piabetá/RJ.

4. Estádio Mané Garrincha

Inaugurado em 1974, o Estádio Mané Garrincha é hoje mais do que um simples espaço para a realização de partidas de futebol. O complexo esportivo conta com vestiários, sala de fisioterapia, alojamento, restaurante e academias. Há ambiente, inclusive, para a prática de outras modalidades, como judô, ginástica, capoeira e dança. O estádio, que também possui uma escolinha de futebol, tornou-se sede das federações de esportes da cidade de Brasília e pertence ao Departamento de Esportes, Educação Física e Recreação do Distrito Federal.

5. Museu Mané Garrincha

Atualmente fica localizada na rua Professor Eurico Rabelo, Portão 18 Maracanã, Rio de Janeiro.

6. O Poeta e admirador de Garrincha, Carlos Drummond de Andrade, escreveu:

“Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios...” “O Pior é que as tristezas voltam e não há outra Garrincha disponível.”


Cartaz do filme.

7. O filme de Garrincha: A Estrela Solitária.

Algumas cenas do filme foram filmadas na cidade natal do ídolo, Pau Grande - Magé. O filme do jogador Manuel dos Santos, o Mané Garrincha, expõe a vida do "demônio das pernas tortas" dentro e fora do campo, confrontando o mito do futebol mundial ao homem humilde do interior. Em 1980, a escola de samba Mangueira homenageia Garrincha, que desfila em um carro alegórico especialmente preparado para ele. As várias facetas de Mané Garrincha são mostradas a partir das lembranças de pessoas que lhe foram muito próximas e que o amaram de diferentes maneiras. As histórias que Elza Soares, Iraci, Sandro Moreyra e Nilton Santos viveram com Garrincha compõem uma visão multilateral de sua intrigante personalidade e de seu destino de glórias e tragédias. Os atores que estrelaram o filme: André Gonçalves, como Garrincha, e Taís Araújo, como Elza Soares.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Sítio arqueológico de índios Tupinambás em Barão de Iriri, Magé.

Foto de crânio indígena encontrado no sítio de Barão de Iriri

Em 1973 foi feita a descoberta, por Mendonça de Souza, de um sítio arqueológico de índios tupinambás em Barão de Iriri, Magé.

Em março de 1985 deu-se o estudo e análise dos ossos encontrados no sítio de Barão de Iriri, sobre a orientação da professora Sheila Maria Ferraz.

Foram encontrados no sítio arqueológico tupinambá quase 2 mil fragmentos de ossos indígenas, de 44 índios identificados, sendo 4 de crianças.

Além dos ossos, foram encontrados vários fragmentos de cerâmicas, que mostra a capacidade cultural dos índios brasileiros. Os índios tupinambás cultivam a mandioca, o feijão, o milho, o amendoim, o tabaco, a pimenta, a banana, o caju, o mamão entre outras variedades de alimentos e frutas. Plantavam e teciam o algodão, com que faziam suas redes. Também fabricavam cestos de cipó, vasos de barro, flautas de bambu, machados de tartaruga e agulhas de espinha de peixe.

Os índios viviam em suas aldeias ou tabas. No centro das tabas ficava a praça ou ocara, onde eram realizados os encontros da tribo, e seus cemitérios ficavam próximos às suas tabas.


A única comunidade remanescente de quilombo da Baixada Fluminense fica em Magé.

Foto da comunidade quilombola Rio das Rãs na Bahia - 1998

O Brasil tem mais de 2 mil comunidades quilombolas espalhadas pelo país, e a única da Baixada Fluminense é a comunidade remanescente de quilombo Maria Conga em Magé.

A comunidade remanescente de quilombo Maria Conga fica perto do Centro de Magé. Segundo Marcílio da Costa Faria, Poeta, Teatrólo e Fundador da Associação Cultural Negra, o morro do Bonfim, era rota de fuga de negros e negras em direção ao Quilombo Maria Conga. Também, segundo o Marcílio, tiveram várias batalhas no Quilombo Maria Conga, quando os Senhores de escravos mandavam os capitães do mato para capturar seus ex-escravos fugidos.

Nossa cidade possui esta e outras riquezas históricas em patrimônio histórico cultural, sua preservação e a continuidade da memória é fundamental para o exercício de nossa cidadania cultural e para o resgate da memoria da nossa cidade.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Poema de Tomás Antônio Gonzaga, retrata Porto da Estrela, Magé.

Tomás Antônio Gonzaga, um dos lideres da Inconfidência Mineira, cita em “Marilia de Dirceu”, a passagem por Porto da Estrela, Magé, que era caminho para a casa de sua amada (Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Bradão) pintada no quadro acima.

Poema Marilia de Dirceu - lira XXXVII

Meu sonoro passarinho
Se sabes do meu tormento,
E buscas dar-me, cantando,
Um doce contentamento,

Ah! Não cantes, mais não cantes,
Se me queres ser propício;
Eu te dou em que me faças
Muito maior beneficio.

Ergue o corpo, os ares rompe,
Procura o Porto Estrela,
Sobe a serra, a se cansares,
Descansa num tronco dela.

Toma de Minas a estrada,
Na Igreja nova, que fica
Ao direito lado, e segue
Sempre firme a Vila Rica.

Entra nesta grande terra,
Passa uma formosa ponte,
Passa a segunda e a terceira
Tem um palácio defronte.

Ele tem ao pé da porta
Uma rasgada janela,
É da sala, aonde assiste
A minha Marília bela.

Para bem a conheceres,
Eu te dou os sinais todos
Do seu gesto, do seu talhe,
Das suas feições, e modos.
O seu semblante é redondo,
Sobrancelhas arqueadas,
Negros e finos cabelos,
Carnes de neve formadas.

A boca risonha, e breve,
Suas faces cor-de-rosa,
Numa palavra, a que vires
Entre todas mais formosas.

Chega então ao ouvido,
Dize, que sou quem te mando,
Que vivo nesta masmorra,
Mas sem alívio penando.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Relato do naturarista Auguste de Saint-Hilaire sobre Porto da Estrela, Magé, em 26 de janeiro de 1819.

Porto Estrela - Aquarela de Thomas Ender - 1818

"Partira ao meio dia do Rio de Janeiro; cheguei às seis horas ao Porto da Estrella, onde já o rio tem muito pequena largura. Esta pequena povoação pertence à parochia de Inhomirim e não possue mais do que uma capella construída sobre e dedicada a Nossa Senhora. Desde que comecei a viajar o Brasil, lugar nenhum me apresentou tanto movimento como Porto da Estrela. Há difficuldade em nos encontrarmos uns aos outros no meio das bestas que partem ou chegam, dos fardos, dos almocreves, das mercadorias de todo o gênero que se accumulam nessa povoação. Lojas bem sortidas fornecem aos numerosos viajantes aquilo de que carecem. Aliás, não existe, em volta de Porto da Estrella, nenhuma habilitação digna de nota (1819); mas cultiva-se um pouco de café nos arredores. A primeira casa se apresenta é o rancho destinado a abrigar as caravanas; é uma construção bastante longa, dividida em espécies de células por paredes de barro, e na frente da qual o tecto prolongado forma uma vasta galeria cujos pilares são de tijolos (1819). Cada caravana se abriga numa das cellulas do rancho, ahi arruma a sua bagagem e faz a cozinha: nenhuma espécie de conforto, nem mesmo uma mesa, ou um banco, e, quando da minha passagem, via-se o céo através das divisões mal conservadas.”

Relato do pintor Rugendas sobre o Porto Estrela em Magé no século XIX.

Desenho de Rugendas.

Relato de Vila Estrela escrito pelo pintor Rugendas em 1824:

“ Na vizinhança do Rio, a primeira aldeia de alguma importância é do Porto da Estrela, à margem do Inhomirim que se joga na Baía do Rio. As mercadorias destinadas às províncias do interior de Minas Gerais, Minas Novas, Goiás, etc., são primeiramente conduzidas, da mesma forma que os viajantes, em pequenas embarcações, do Rio ao Porto da Estrela, afastado de sete léguas. Aí são elas enfiadas a tropas de mulas que, por seu lado, trazem, de volta, carga para os navios no Rio de Janeiro. Nesse sentido, existe curiosa analogia entre o comércio do Porto da Estrela com o Rio de Janeiro, e o de Aldeia Galega com Lisboa. Sabe-se que Aldeia Galega se encontra no fundo da baía de Lisboa e que todas as mercadorias e viajantes, vindo de além-Tejo e da Espanha, chegam também a dorso de mula para serem carregados em pequenos navios e levados para Lisboa através da baía, ou vise-versa. Essa analogia de situação entre a antiga capital da metrópole e a nova capital das colônias, essa semelhança que se verifica ainda em muitos pontos, deve ter impressionado fortemente os primeiros portugueses que aqui se estabeleceram.

A estrada que vai de Porto da Estrela e Minas passa diante de belas plantações, atrás das quais se percebem, ao longe, as pontas angulosas da Serra dos Órgãos, erguendo-se por cima da Serra das Estrela cujas escapas constituem o espantalho dos tropeiros e o tormento das mulas, embora uma estrada larga, constituída e pavimentada com grande sacrifício, aí tenha sido aberta. Em mais de um lugar ela se assemelha mesmo a uma imensa muralha de dez pés de largo.

Diante dessa situação não é de espantar que Porto da Estrela seja a um tempo muito animado e muito industrial. Os estrangeiros e principalmente os pintores devem visitá-lo; mesmo se não estiver em seu caminho. É u lugar de reunião para os homens de todas as províncias do interior; aí se encontra gente de todas as posições sociais e podem-se observar suas vestimentas originais e sua atividade barulhenta. Aí se organizam as caravanas que partem para o interior e somente aí o europeu depara com os verdadeiros costumes do Brasil; aí deve ele despedir-se, não raro por muito tempo, de todas as facilidades e comodidades da vida européia e de todos os seus preconceitos (...).”

sábado, 12 de julho de 2008

Heitor dos Prazeres foi casado com uma moradora de Suruí em Magé.

Foto de Heitor dos Prazeres, da Nativa e de suas filhas Ivete e Ionete.

A foto é de Heitor dos Prazeres. Pintor, sambista, músico e poeta, é considerado um dos grandes artístas do Brasil. Coincidência ou não, Heitor dos Prazeres foi casado com uma modora de Magé. Seu nome era Nativa, e seus pais tinham uma fazenda em Suruí, no município de Magé. Nativa, Heitor e seus filhos costumavam passar temporadas em Suruí.

“Eu sou o povo
e sou um homem do povo.
Vejo esse povo que transporto
pros meus quadros como sinto.
Também sou uma parte desse povo,
de forma que o sinto conforme vivo.
Não há nada mais sublime
que viver na massa do povo.
Povo é essa massa humana,
é a voz do sangue,
da forma que é o calor da carne.
O povo pra mim é o aconchego, (...)
eu sou um ovo
e o povo é a chocadeira.”

Heitor dos Prazeres

Foto da família de Heitor dos Prazeres em Fazenda em Suruí Magé.

Foto de Nativa e filhos na fazenda de seus pais em Suruí tirada por Heitor dos Prazeres.


“Eu sou carioca
boêmio e sambista,
meu sangue é de artista
não posso negar.
Vivo alegre, sou
contra a tristeza
e levo a vida feliz a cantar.
Eu durmo cantando e canto dormindo
e sempre sorrindo,
meu coração diz:
Quem é boêmio e não tem guarida,
no palco da vida
é sempre feliz.
Mora comigo a felicidade,
num quarto azulado
enfeitado de flores.
Meu leito é forrado de tranqüilidade
e tenho a meu lado
sempre dois amores.”

Heitor dos Prazeres

Heitor dos Prazeres inspirou-se nas paissagens de Magé para pintar seus quadros.

Quadro de Heitor dos Prazeres: Roda de Samba, 1962


O adeus dos Poetas

* Carlos Drummon de Andrade

Querido Heitor dos Prazeres,
que estás na esfera celeste:

É hora de agradecer-te
0s prazeres que nos destes

por tua pintura e música
passa um fluído de poesia.
Poesia das coisas simples,
unidas em melodia

o Pierrot Apaixonado
e o sambista da Mangueira,
Saudosos, aqui ao lado,
celebram-te a noite inteira.

Noites de festa no Rio,
noite de danças e cores,
em que teus pincéis e notas
embalam nossos amores.

Querido Heitor dos Prazeres:
as injustiças sofridas
hoje se apagam.
Reluz a tua arte em nossas vidas.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Barão Langsdorff morou em Magé.

O retrato é do barão Georg Heinrich von Langsdorff que viveu em Magé. Nasceu em abril de 1774 no Grão Ducado de Mainz, Alemanhã, filho de uma tradicional família de barões. Em 1793 iniciou seus estudos em medicina na Universidade de Göttingen, concluindo-os em 1797. Em setembro de 1812, Langsdorff foi nomeado cônsul-geral da Rússia no Rio de Janeiro, aqui instalando-se em abril de 1813. Decorridos três anos da sua chegada, adquiriu uma fazenda, denominada Mandioca, em Magé, onde, paralelamente às funções de cônsul, exerceu intensa atividade científica. A 30 de agosto de 1825, Langsdorff e sua equipe, da qual faziam parte o botânico alemão Ludwig Riedel, o astrônomo e cartógrafo russo Nester Rubtsov, os pintores franceses Taunay e Florence e o médico e zoólogo alemão Christian Hasse, deram início à Expedição Langsdorff que, a partir de São Paulo, percorreria regiões hoje compreendidas pelos estados do Mato Grosso do Sul , Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará .

Morador de Magé viveu até os 126 anos.

Guaraciaba viveu 126 anos e era morador de Magé. João Antônio Guaraciaba nasceu no dia 20 de setembro de 1850. Preto, alto, forte, viveu grande parte de sua vida em Magé, onde morreu velho, enrugado e de carapinha branca com seus bem vividos 126 anos. Filho de mãe angolana que o teve aos quinze anos, e o Barão de Guaraciaba “um mestiço fazendeiro comprador de escravos negros na África onde conheceu sua mãe Angelina, então negra forte e bonita”. Depois de engravidá-la, prometeu buscá-los em outra viagem, trazendo-os assim para o Brasil num veleiro negreiro. João tinha apenas quatro anos de idade. Guaraciaba afirmou que deixou mais de 300 filhos: 100 para D. Pedro II e 200 para o Barão de Mauá.

Fazenda Mandioca: Magé do século XIX.

Aquarela de Thomas Ender da Fazenda Mandioca - Magé (1818)

A FAZENDA MANDIOCA foi adquirida em 1816 pelo Barão Langsdorff. Havia nela uma ampla casa de dois andares, outras construções de moradia e depósito, moinho de roda d`água, plantações de café, mandioca, milho, batata, banana etc. A Mandioca tornou-se um reconhecido centro científico no Brasil, onde havia uma excelente biblioteca, enorme herbário, valiosa coleção zoológica, jardim botânico, como também uma coleção mineralógica, instalada numa grande gruta natural que atraía a quase todos os cientistas, viajantes a capital brasileira. Entre os visitantes da Mandioca estão o botânico alemão Ludwig Riedel, o astrônomo russo Nester Rubtsov, o artista austríaco Thomas Ender, os pintores franceses Amadei Taunay e Hercules Florence, o pintor alemão Johann Moritz Rugendas e o zoólogo alemão Christian Hasse, e outros. A fazenda chegou a ser visitada pelos próprios imperadores do Brasil, Dom Pedro I e Dona Leopoldina.

Benjamin Constant morou em Magé.

Benjamin Constant Botelho de Magalhães (1837-1891) viveu parte de sua infância em Magé. Foi político, militar, professor de matemática, pensador, ministro e um dos líderes que fundaram a república no Brasil. Ele foi o autor da frase Ordem e Progresso na bandeira brasileira (1890) e um grande divulgador do positivismo no Brasil. Seu pai, o português Leopoldo Henrique Botelho, foi professor em Magé.

Fonte - http://www.brasilescola.com/biografia/benjamin-constant-botelho.htm

A frase Ordem e Progresso na Bandeira do Brasil foi criada por morador de Magé.

A pintura retrata a família de Benjamin Constant bordando as primeiras bandeiras do Brasil República que foram distribuídas para as Escolas Militares com a frase ORDEM E PROGRESSO criada por Benjamin Constant.
Benjamin Constant e sua família.