quinta-feira, 17 de julho de 2008

Poema de Tomás Antônio Gonzaga, retrata Porto da Estrela, Magé.

Tomás Antônio Gonzaga, um dos lideres da Inconfidência Mineira, cita em “Marilia de Dirceu”, a passagem por Porto da Estrela, Magé, que era caminho para a casa de sua amada (Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Bradão) pintada no quadro acima.

Poema Marilia de Dirceu - lira XXXVII

Meu sonoro passarinho
Se sabes do meu tormento,
E buscas dar-me, cantando,
Um doce contentamento,

Ah! Não cantes, mais não cantes,
Se me queres ser propício;
Eu te dou em que me faças
Muito maior beneficio.

Ergue o corpo, os ares rompe,
Procura o Porto Estrela,
Sobe a serra, a se cansares,
Descansa num tronco dela.

Toma de Minas a estrada,
Na Igreja nova, que fica
Ao direito lado, e segue
Sempre firme a Vila Rica.

Entra nesta grande terra,
Passa uma formosa ponte,
Passa a segunda e a terceira
Tem um palácio defronte.

Ele tem ao pé da porta
Uma rasgada janela,
É da sala, aonde assiste
A minha Marília bela.

Para bem a conheceres,
Eu te dou os sinais todos
Do seu gesto, do seu talhe,
Das suas feições, e modos.
O seu semblante é redondo,
Sobrancelhas arqueadas,
Negros e finos cabelos,
Carnes de neve formadas.

A boca risonha, e breve,
Suas faces cor-de-rosa,
Numa palavra, a que vires
Entre todas mais formosas.

Chega então ao ouvido,
Dize, que sou quem te mando,
Que vivo nesta masmorra,
Mas sem alívio penando.

4 comentários:

Anônimo disse...

esse poema é mesmo muito lindo. Muito interessante essa historia eu nao sabia.

Anônimo disse...

É um poema realmente emocionante!!!!

Consultora em Educação disse...

Magé

Ivone Boechat


Princesa
que impera na história
ainda não escrita
na sua majestade;
sua imagem,
linda e bendita,
deslumbrante beleza,
cravejada de glória
na memória visual
da natureza.

Consultora em Educação disse...

Dia de Magé


Ivone Boechat


Magé nasceu num berço aconchegante no leito dos rios, numa esteira verde, entre botões de flores, recostada nas montanhas, contemplando as cachoeiras pássaros, vales e palmeiras.

Magé, sangue indígena, raça guerreira, história linda da resistência humana, dna dos vencedores... adotada e rejeitada por conquistadores históricos, cresceu sem nenhum complexo de inferioridade ou rejeição. Magé é filha do coração.

Magé é Magé por opção. Aprendeu a conviver, desde menina com todo tipo de decepção, o que não impediu nem impedirá que ultrapasse os desafios do crescimento rumo à liberdade: aos que a feriram no passado - perdão.

Magé, terra enriquecida pelo suor e a lágrima de seus filhos, onde jamais se ouviu o canto da desistência. As ideias diversificadas e as ideologias apenas são o palco onde atores de todas as filosofias se abraçam quando a cortina se fecha ao final da representação. Somos todos iguais, só pensamos diferente.

Magé acende a luz de sua luta nas manhãs resplandecentes e se recolhe ao por do mais lindo sol, cheio de brilho e calor, que nasce e se põe todos dos dias, quando o Dedo de Deus pede silêncio aos seus filhos para orar. É tempo de agradecer. Magé tem um altar ecológico e se curva para louvar a Deus. É tempo de gratidão: 451 anos de fé.


Magé homenageia a família que vive, confia e trabalha em suas tribos pacíficas, de mãos entrelaçadas, enfeitando a aldeia para construir e esperar o progresso, que espera um dia alcançar, até que ouçam o grito ecoando no corredor de tantas e outras necessidades:

- Universidade para todos
- Reconstrução da estrada de ferro que liga Mauá a Petrópolis - ativando o turismo intermunicipal;
- Construção de um hospital a altura das necessidades do povo;
- Construção da escola que atenda às crianças com necessidades especiais;
- Centro de Artes.

Ah! Magé, como você é linda, há mais de 450 anos fazendo artes!